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O campeonato de pontos corridos está perdendo o brilho, se é que algum dia ele o teve, por conta da intenção de sua implementação.
O que era para demonstrar uma disputa em jogar praticamente uma final a cada jogo, hoje apenas “gerencia-se” o posicionamento, conforme o andamento do campeonato.
Essa matemática é antiga e fortemente aplicada pelos profissionais de contabilidade.
Junto com ele, o nível técnico caiu, pois para montar times que façam frente uns aos outros é necessário a aquisição de recursos, principalmente financeiros e humanos e que sejam de qualidade. O problema que, como todos sabemos, a qualidade tem seu preço.
E quem paga mais, pode mais, consequentemente tem mais qualidade.
Poucos são os times que não deixaram desviar o seu padrão de comportamento, pela falta de recursos financeiros.
Mas isso não basta.
A união é um ponto crucial do time onde, ao contrário do casal que em dois bem conversado procuram se ajudar, num time de onze com interferência direta do técnico isso não funciona. A engrenagem é complexa por demais, o que acaba afastando os componentes de um mesmo time, que partem então para o individualismo.
Onde quero chegar? Que o modelo atual de campeonato traz sim privilégios para poucos e que a competição em si está a do caminho do absurdo, pois assim como acontece na Fórmula 1, onde vemos equipes, como por exemplo a Sauber, Marussia e Hispania competirem com Ferrari, Williams, McLaren, Red Bull.
Será que a fórmula do campeonato de futebol, que tanto se vende como a melhor do mundo, é realmente isonômica?
Só me lembro de um episódio, na Fórmula 1, onde um cara de uma equipe pequena mostrou do que ele e o carro (união) eram capazes: Ayton Senna e sua Toleman na chuva. E mesmo assim, ROUBARAM-lhe a vitória.
Se na Fórmula 1 fizeram isso e ninguém reclamou, nem o Ayrton que posteriormente passou a pilotar em equipes “de ponta”, porque o torcedor iria reclamar?
Se vai jogar contra o Íbis, Santa Cruz, Cianorte, Palmeiras ou Flamengo, pouco importa. Torcedor gosta de torcer, não importa a divisão onde seu time está.
A injustiça está aí debaixo do nosso nariz. A CBF e a rede Globo já dão privilégios a quem eles entendem que lhes trazem maior retorno financeiro.
Isso não vai mudar, não só porque a CBF e a Globo não querem.
Quanto mais eles ganharem, melhor. A ganância fala mais alto.
Simples assim.
Este texto foi postado no blog Canelada e no portal COXAnautas
A atual fórmula só favorece ao Eixo. Quem defende os pontos corridos, argumenta que é o mais justo. Justiça? E o apito amigo sempre”errando” favorável aos paulistas e cariocas? Cadê a equidade? Pelo que me consta já há um movimento para acabar com com essa fórmula. Mas é necessário que os clubes firmem posição. Caso contrário, a única expectativa é aguardarr se o campeão é do Rio de Janeiro ou São Paulo.